Você foi aprovado.

Story by Yure16 on SoFurry

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Percival começou a refletir

sobre as questões. Além do básico das técnicas de exploração, a

prova também tinha questões sobre geologia. Percival começou a

responder as questões em sua mente, lendo cada uma delas e

preparando o que dizer para o orientador. Enquanto isso, Mimo, que havia

pego uma prova diferente, lia nervosamente cada questão. Ele nunca

havia participado de uma exploração antes nem nunca havia estudado

nada dessa natureza. Além disso, ele não conhecia geologia. Pelo

menos, as questões eram de múltipla escolha, então, para cada

questão, ele tinha vinte e cinco por cento de chance de acerto. Percival aproximou-se do macaco

e deu-lhe a prova.- Quais as respostas para cada

item? - perguntou o macaco. Percival recitou as respostas.

O macaco assentiu e deu-lhe um placar de quarenta e seis. Percival

afastou-se e voltou ao seu lugar, ao mesmo tempo que Mimo, andando à

passos lentos, aproximou-se tremendo do outro macaco que, apesar de

adulto, era menor que ele.- Quais as respostas para cada

item? - perguntou o macaco. Mimo olhou a prova novamente e

chutou as respostas, respondendo tudo aleatoriamente. O macaco

assentiu novamente e deu um placar de trinta e quatro a Mimo, que

começou a andar de volta ao seu lugar.- Ei, moleque! - disse o macaco. Mimo congelou.- Esqueceu de me entregar a

prova - continuou o avaliador.- Ah... perdoe... - Mimo voltou

e entregou a prova ao avaliador para só então voltar ao seu lugar

na multidão. O tempo passou devagar.

Eventualmente, todos haviam respondido e entregado as provas. O

avaliador analisou os placares que ele havia dado, a partir de sua

memória.- Todos aqueles que tiraram um

placar abaixo de vinte podem voltar pra casa - ele anunciou. Grande parte dos participantes

deixou o lugar. Apenas seis ficaram. O macaco entregou a esses seis

outra prova.- Mesmo processo - ele disse.

  • Apenas respondam. Isso é para checar se vocês não estão se

aproveitando da minha memória para sustentar um placar que não lhes

dei.- Por que não usar uma pena

para anotar o placar de cada um? - perguntou uma garça, que havia

ficado.- Estás louca? Anotar o placar

de todos aqueles ignorantes me consumiria muita tinta. A garça ficou ofendida com a

linguagem do avaliador, mas aceitou. Novamente, Percival, Mimo e os

outros quatro participantes responderam a prova. Mimo, como antes,

fazendo tudo às cegas. Nervoso e ansioso pelo fim,

Mimo foi o primeiro a declarar que havia respondido as questões,

cinco minutos após a entrega. O símio avaliador olhou Mimo com ar

de desconfiança e perguntou:- Já?- Sim, senhor - respondeu

Mimo. "Nossa, ele deve ser muito

bom...", pensou Percival, o qual ainda estava na metade. O

avaliador pegou a prova e chamou Mimo em particular, longe dos

outros, e perguntou:- Qual a resposta para cada

item? Mimo chutou as respostas

novamente. O símio assentiu, dando-lhe um placar de vinte e seis.- Você foi aprovado - ele

disse. - Só é uma pena que os seis melhores tenham sido os únicos

a conseguir um placar acima de vinte. É uma nota baixa. Mas ainda

assim melhor que a nota da grande maioria. Mimo não estava mais prestando

atenção depois de ouvir que havia sido aprovado.- Obrigado - foi a única

palavra que o pequeno havia conseguido conjurar. O símio levantou uma de suas

sobrancelhas, achando estranho que o pequeno havia ignorado o

arrogante insulto que lhe havia sido lançado. Mimo voltou para perto

dos outros cinco, sorrindo, com ar de satisfação. Percival foi logo em seguida.

Após o processo, Percival havia sido aprovado com um placar de vinte

e dois. Ele então juntou-se a Mimo. O símio dirigiu-se à dupla e

disse:- Podem entrar na masmorra. Logo

na primeira sala foi instalada luz à lamparina e tendas onde vocês

podem descansar se desejarem. Um invocador mantém quente o interior

das tendas. É importante que se afastem daqueles que ainda fazem o

teste. Percival e Mimo foram até a

entrada da masmorra, o assustador túnel de gelo que parecia não ter

fim. Mimo tremeu, sem saber se tremera de frio ou de medo.- Você primeiro - ele disse. Percival foi na frente. Mimo

olhou para trás e percebeu que o avaliador o assistia. Sem querer

parecer medroso, o pequeno macaco seguiu Percival. O corredor era retangular,

vertical, com paredes, teto e chão perfeitamente polidos, indicando

que aquilo obviamente não era trabalho da natureza. Quanto mais a

dupla se enfiava pelo corredor, mais frio ficava. Luz de lamparinas

podia ser vista ao fim do corredor após alguns minutos de caminhada.

Eles chegaram à um grande salão com tendas erguidas, um enorme

portão de pedra na parede oposta à entrada e um outro corredor à

oeste. Um grupo de toupeiras examinava o portão enquanto outro grupo

conversava próximo ao corredor oeste, todos usando capacetes com

lanternas. As lanternas não eram alimentadas com pilhas, mas com uma

força sobrenatural canalizada para pequenas pedras circulares dentro

das lanternas. Essa força era canalizada pelo invocador. Percival e Mimo andaram em

direção às tendas bem à tempo de ver uma toupeira de jaleco sair

de uma delas. Ela olhou os dois e sorriu.- São exploradores? - ela

perguntou.- Sim, somos - respondeu

Percival.- Excelente! - a toupeira bateu

palmas duas vezes, animada com a vinda da dupla. - Finalmente

poderemos continuar com a exploração! - ela então olhou ao redor.

  • Querem que eu explique a função de cada tenda?- Claro.- Sigam-me. A toupeira andou com a dupla,

explicando a função das tendas. Uma delas era uma tenda de repouso,

para os exploradores feridos. A outra era a tenda de reunião, onde

os exploradores deveriam ir ao início e ao fim de cada expediente

para receber instruções e comer. A última tenda era um depósito

coletivo de equipamentos. Os outros exploradores chegavam

aos poucos. A toupeira chamou os exploradores quando os seis estavam

lá.- Suponho que vocês não se

conhecem ainda - ela disse. - Queiram se apresentar. Percival foi o primeiro:- Sou Percival. Tenho vinte e um

anos. Percival era um coelho alto de

pelo branco e olhos vermelhos. Usava uma camisa vermelha e uma calça

azul bem longa. Carregava consigo uma mochila.- Mimo, oito anos. Mimo era um macaco baixo, pelo

marrom, olhos pretos, munido de uma longa cauda. Usava apenas um

calção vermelho, visto que sua gordura o mantinha quente. Estava

acima do peso.- Sérica, dezenove anos. Sérica era uma garça, vestida

de forma singela com uma calça e uma camisa curta pouco chamativas.

Tinha um cinto feito para acomodar ferramentas e segurava uma adaga.- Bolico, dez anos. Bolico era um gato de pelo

predominantemente branco, mas com manchas pretas. Também estava

acima do peso, usava apenas uma tanga e parecia completamente

desarmado e despreparado. Seus olhos eram amarelos.- Guino, trinta anos. Guino era um touro, grande,

forte. Usava apenas um calção rasgado, carregava com uma mão uma

espada que outras espécies só poderiam empunhar com duas patas.

Seus membros superiores terminavam em mãos quase humanas, cobertas

de denso pelo. Seus olhos tinham um assustador brilho vermelho.- Mático, vinte e cinco anos. Mático era um cão, esguio e

alto como Percival. Usava óculos e carregava consigo uma mochila

aberta, cheia de livros grossos e pesados. Julgando pela sua roupa,

uma túnica marrom amarrada na cintura com uma corda púrpura, ele

era um invocador.- Agora que todos se conhecem,

dirijam-se à tenda de reunião para comer e ficar inteirados do

trabalho de vocês aqui - disse a toupeira. O sexteto foi até a tenda de

reunião. A tenda era enorme, o bastante para caber uma mesa e doze

cadeiras. Havia um mapa estendido no fundo da tenda, sete lamparinas

e dez pratos sobre a mesa, um caldeirão no canto onde era preparada

a sopa e algumas ferramentas de mineração abandonadas ao chão. Uma

toupeira usando trajes de explorador estava sentada à cabeceira

enquanto uma outra preparava a sopa. Eles sentaram-se normalmente.- Muito bem, senhores. Que bom

que puderam passar nos testes e ser aprovados. Vejo que temos aqui um

grupo bastante heterogêneo - comentou a toupeira à cabeceira. -

Mas o que determinará a permanência ou não de vocês são

principalmente suas razões. Então eu queria saber o que os motiva a

participar da exploração, além, é claro, da recompensa.- Quero que minha mãe seja

livre - falou Mimo, imediatamente após a toupeira terminar de

falar.- Mm? Como assim?- Minha mãe foi presa pela

prefeitura. Ela é inocente, contudo, e espero que eu possa pagar a

fiança dela com este trabalho. A toupeira sorriu para a

resposta. Com motivos tão fortes, Mimo com certeza ficaria até o

final.- Eu quero melhorar as condições

de vida da minha mãe - disse Percival. - Ela está velha demais

pra continuar plantando e colhendo vegetais todos os dias.- Eu quero aventura - falou

Sérica.- E eu quero ouro - disse

Guino. - Bem se sabe que o subsolo é cheio de metais preciosos.- Eu vim em missão - disse

Mático. - Fui inspirado a vir por causa de um sonho em que o Ar

conversava comigo. A toupeira ouviu a quase todos.

Bolico, contudo, permanecia quieto.- E você? - perguntou a

toupeira. Bolico olhou a toupeira e

suspirou.- Eu vim porque não tenho outro

lugar para ir. Meus amigos estão mortos e meus pais foram

capturados. Me interessei pelo trabalho porque era o único meio de

eu não morrer de fome. A toupeira estava impressionada

com tal resposta. Os outros olharam Bolico, que baixou a cabeça após

virar o centro das atenções.- A sopa está pronta - disse

a toupeira ao caldeirão. Ela pegou, um após o outro, os

pratos da mesa e os encheu de sopa, retornando-os logo em seguida.