O Problema de Magnésio
A rather needy miltank. English version available here: https://inkbunny.net/submissionview.php?id=436407
O
problema de Magnésio.
Magnésio
é um miltank.
Para aqueles que não sabem, o miltank
é um pokémon
que muito se assemelha a uma pequena vaca, capaz de ficar sobre duas
patas. Sua cauda termina numa esfera e, para adicionar à estranheza,
os machos também têm grandes tetas que precisam ser drenadas.
Miltanks
produzem leite a todo momento, não apenas quando amamentam. Além
disso, não são apenas filhotes que ingerem o leite; os adultos
bebem das próprias tetas em momentos de necessidade, seja fome, seja
urgência em drenar-se.
Contudo,
como pokémons,
miltanks
podem
ser capturados e treinados para uma variedade de propósitos,
incluindo a luta esportiva. A maioria dos pokémons
não se importa em lutar, mesmo não necessariamente sendo violentos,
pois a luta, mesmo quando dolorosa e árdua, traz prazer ao vencedor,
talvez um truque evolutivo que estimule a sobrevivência do melhor.
Humanos capturam pokémons
para fazê-los lutar entre si, um tipo de rinha, não que haja
qualquer desconforto emocional para o pokémon.
Humanos que capturam essas criaturas as levam consigo, como amigas
também, curando, tomando conta e alimentando. Mas claro que jovens
treinadores inexperientes têm um par de problemas quanto a criação
de pokémons.
É aí que entra Magnésio.
Recentemente
capturado, Magnésio anda com seu primeiro treinador, um menino de
dez anos, em uma jornada. Magnésio tem se alimentado bem, logo não
precisa tomar de seu próprio leite, uma medida de emergência em
tempos difíceis. Contudo, havia dois dias que suas tetas não haviam
sido drenadas. Magnésio, sempre andando, sempre lutando, distraído
com a rotina de um pokémon
treinado, havia desenvolvido uma mama bastante inchada. Porém,
drenar a mama requer um nível aceitável de calma e paciência,
tempo enfim, e tempo era uma coisa que seu treinador não tinha. Ele
parecia não notar que a mama de Magnésio estava engrossando e
ficando maior. O que era mais inconveniente... era que seu treinador
era completamente ignorante quanto a mecânica entre um miltank
e sua mama, pois Magnésio recebia ração de boa qualidade com uma
quantidade descente de gordura, o excesso sendo eliminado no leite.
Ao ser alimentado com gordura, mesmo que saudável, o metabolismo de
Magnésio fazia com que sua mama enchesse muito mais rápido do que a
de um miltank
em estado selvagem.
Enquanto
os dois caminhavam numa montanha, cerca de trezentos e noventa metros
acima do nível do mar, Magnésio sentia-se muito desconfortável.
Sua mama estava enorme, a ponto de encostar no chão. Suas tetas
estavam eretas
e sensitivas, formigando. Ele experimentou passar a pata superior
sobre a mama e, para a sua surpresa, ela estava rígida e sensível.
O toque e as esfregadas produziam sensações ótimas que provocavam
Magnésio a se ordenhar. Ele não aguentava mais.
Subitamente,
no meio do mato que cobria a montanha, Magnésio parou de andar e
sentou-se. Seu treinador notou que Magnésio havia parado e virou-se
para olhar.
-
Algo errado, Magnésio? - perguntou o treinador.
Geralmente,
pokémons
não falam a língua dos humanos (o nome "Magnésio" foi como o
treinador batizou o miltank
que capturou) e Magnésio não é exceção. Magnésio olhou para seu
treinador, entendendo o que ele perguntou, mas incapaz de responder
com as cordas vocais que tinha.
-
Você quer descansar? - perguntou o treinador.
Magnésio
queria responder que não, mas como? Ele pressionou sua mama com
força, um método que miltanks
usam
para drenarem-se na ausência de filhotes. O treinador, contudo,
mal-interpretou o gesto, agarrando a pata de Magnésio e
suspendendo-a.
-
Não faça isso - ele disse. -; você se machucará!
Magnésio
ouvia atentamente, ignorando sua mama por enquanto.
-
De agora em diante, você está proibido de desferir um golpe contra
si mesmo - sentenciou o treinador.
Mas
aquilo não era um ataque! Magnésio precisava se drenar, mas acabara
de ser ordenado a não fazê-lo... Se um pokémon
desobedece o treinador, há o risco de ele ser devolvido à vida
selvagem e perder todas as facilidades que vêm com a convivência
entre humanos. Magnésio perderia água fácil, comida fácil, abrigo
as fraldas que seu treinador o fazia vestir de vez em quando.
Magnésio resignou-se à obediência, temendo perder as facilidades
da vida civilizada.
Seu
treinador sorriu.
-
Bom menino... Deixe-me ver se feriu-se... - disse o menino.
Ele
sentou-se perto de Magnésio e começou a acariciar-lhe a mama.
Magnésio abanou a cauda e fechou os olhos. Ele precisava ser
ordenhado com urgência e as carícias de seu treinador, tão
gostosas e suaves, o provocavam, o urgiam por uma pressão externa
maior que aliviasse a pressão interna. Leite começou a vazar. O
menino percebeu.
-
O que é isso? - ele perguntou, agarrando uma das sensíveis tetas de
Magnésio.
Magnésio
mugiu alto e leite espirrou na mão de seu treinador. O menino achou
aquilo inaceitável.
-
Por que fez isso? - ele perguntou a Magnésio.
O
pobre miltank
não tinha resposta. O menino teve uma péssima impressão do ato
reflexo de Magnésio.
-
Olha, é melhor você aprender a se comportar... - o menino afagou a
cabeça de Magnésio. - Esta vez, passa. Você tem agido estranho.
Magnésio,
envergonhado, levantou-se e voltou a andar, seguindo seu treinador.
Se ele quisesse se ordenhar, teria de fazer isso privativamente, num
momento em que seu treinador não estivesse ali para impedi-lo. Isso
o fez sentir-se horrível; ele queria obedecer, queria ser um bom
pokémon
para seu treinador, mas a natureza precisava ser satisfeita. Sentindo
culpa por nutrir tais pensamentos, Magnésio começou a bolar um
método para se ordenhar na ausência de seu treinador.